quarta-feira, 16 de novembro de 2011

"Estigma na adoção" em debate (continuação e comentários)

"A título de ver como se convive com a pluralidade de opinião, escrevo também sobre o caso da menina de 12 anos que apresenta traços de problemas do foro psíquico; e que está a ser rejeitada pelos pais adoptivos.
A meu ver a questão coloca-se do seguinte modo:

Vamos supor que se tratava de um feto. Mais. Ainda na idade legal de aborto. E que numa ecografia de rotina se encontravam traços de grave formação.
Estaria o casal no direito de "tirar a vida"? ao feto? Ora, isso é legal, concordesse ou não com a Lei!
A meu ver, moralmente aceitável (Eu, que tive um convívio de certa forma próximo com crianças com trissomía 21 e Autistas- "Fé e Luz". Da minha visão, são aflitivas as suas situações. Tratasse de viver com crianças, que estão dependentes 100% dos Pais. Uma das questões que esses mesmos Pais me punham era, "E quando nós falecermos. Quem tomará conta deles?").
Ora, o que se passa é analogicamente adaptável a este caso, penso eu. Isto é: O casal adoptivo "iria ter o nascimento de uma criança"... só que com 12 anos. E, para espanto seu, a criança não se encontra bem psiquiatricamente (ou neurológicamente no caso da Trissomía 21). Daí a indignação: Cinco dias bastaram para que o problema surgisse.
A meu ver os "Pais adoptivos" têm o direito de se sentirem ultrajados. Não diminuindo a minha empatia para com a criança e a sua condição (digasse que não se poderá diagnosticar Esquizofrenia uma vez que só será possível esse diagnóstico aos 18).

A questão põe-se é à CEBI.
Como é possível terem tido a criança 12 anos em suas instalações e não terem dado por nada? Só resta dizer que alguém anda indevidamente a receber dinheiro da Segurança Social e não anda a fazer bem o trabalho! Pergunto-me: Em que condições vivem as crianças na dita CEBI? Será que é mais um lugar onde as pessoas são "arrumadas" para os cantos? E isso com crianças?
Conclusão: deveria-se fazer era uma avaliação efectiva das condições em que vivem essas crianças na dita Instituição."

André Soares


"No meu ver a abordagem de uma situação já por si sensível e polémica, não deve ser complicada ainda mais associando-se comparativamente outros temas que tornam a análise ainda mais complexa. Há temas que não contribuem para a mensagem anti-estigma, embora dividam ou fracionem ainda mais as opiniões.  O aborto é permitido em Portugal, mas até um período curto de tempo de gestação. Falar do aborto como prevenção da doença mental não me parece viável, aconselhamento médico e particularmente genético, visto o caráter potencialmente hereditário de muitas doenças mentais poderia ser algo valioso e ético. Quando temos uma mensagem anti-estigma e a pessoa em questão é uma criança já com doze anos, porque falar em aborto?" 

Miguel Pereira

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