quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Uma inclusão ajustada através do voluntariado

A ação de voluntariado deve partir do fundo do ser de cada um, ninguém deve ser "encaminhado" para voluntariar, mas sim ter conhecimento que, segundo a sua iniciativa, o pode fazer.
Segundo a notícia "Voluntários com doenças mentais podem "desajudar""do Diário de Notícias de 8 de Novembro de 2009, o voluntariado na área da saúde, prestado por doentes mentais, pode ser nefasto. Há várias coisas que se devem ter em conta, tal como o estado de evolução e tratamento da doença do voluntário, e se a experiência pode ser má para a pessoa que recebe o apoio do voluntário, também o pode ser para o próprio. Tudo isto poderá interferir com áreas bastante sensíveis relativas à condição humana, nomeadamente a vulnerabilidade à doença, o sofrimento e a morte.
O voluntariado deve requerer critérios que têm a ver com as vocações e motivações da pessoa, assim como a sua condição de saúde, mas não devem haver  factores discriminatórios, todos podemos contribuir de alguma forma para uma certa causa: é preciso se encontrar a forma adequada. O doente mental tendo padrões de autonomia e capacidades estabilizadas pode encontrar no voluntariado uma forma de pertencer, ajudando, e mesmo adquirindo competências. O voluntariado de saúde pode não ser a melhor opção, mas existem mais áreas de atuação que podem ser consideradas. O voluntariado ecológico ou ambiental poderia ser um bom exemplo, entre outros. Algo deve ser garantido: a não exclusão do portador de doença mental da participação na sociedade. Isso é estigma e outra forma de "desajudar" também. Inclusão pelo voluntariado não deixa de ser uma boa medida, se bem equacionada. O doente mental pode e deve ter consciência cívica e ser solidário, isto é já um passo para a afirmação desejada, que só dignifica.

Miguel Pereira

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